Análise » Benfica – Feirense (1-0)

O meu 1º jogo de 2008 visionado nas bancadas da Luz. Ao contrário do que aconteceu na era de Fernando Santos, quando fui à Luz ver jogos, visionava verdadeiramente futebol bem jogado, como foram os casos do célebre Benfica-Boavista e do Benfica-Belenenses (4-1). Depois da chegada de Camacho após a 1º jornada, a equipa transformou-se e conseguiu uma série de bons resultados ganhos com raça e perseverança. Mas os últimos já longos tempos, tem sido caracterizados por falta de qualidade, raça, atitude, disciplina, ou seja, a ausência completa daquilo a que se chama futebol. Após a derrota com o Fc Porto a equipa nunca mais se encontrou e entrou num declínio acentuado, bem patenteado nas exibições abaixo do medíocre. Com a ausência por lesão do jogador(C. Rodriguez) que trazia algum perfume e qualidade à equipa, ainda se acentua mais a melancolia do futebol praticado pelos encarnados.
Outro problema que vejo nesta equipa é a exagerada dependência da equipa de Rui Costa. O futebol actual benfiquista está recaído naquilo que Rui Costa pode fazer, e assim toda a equipa gira em redor do mesmo. Anteriormente essa situação já se passou com Simão, mas Simão era muito mais regular, mais fresco e rápido fisicamente o que dava outra velocidade ao futebol encarnado. Para além do mais, Simão por várias vezes resolvia, o que não têm acontecido com Rui Costa, apesar da sua enorme qualidade, ao exemplo deste jogo, tem várias quebras e não consegue imprimir a velocidade desejada.
Começo a preocupar-me é com a real valia de Di Maria. Se numa altura destas e com uma equipa como o Feirense, o jovem argentino não é capaz de fazer mais do que aquilo que fez neste jogo, então começo a interrogar-me seriamente relativamente ao que será o futuro.
As dificuldades que a equipa passou contra o adversário que à partida teria uma diferença bastante grande de qualidade foram confrangedoras, tendo mesmo a equipa do norte falhado o empate numa ocasião gritante oferecida pelo “Muito mau” guarda-redes alemão. Fez-me lembrar os jogos com amigos, onde de vez em quando aparecia um que se achava que era guarda-redes, com o equipamento todo e depois depressa se percebia que era bastante vocacionado para os "pitos".

Análise individual
Butt – uma clara despesa avultada no clube(salário chorudo) sem qualquer justificação e com um rendimento muito fraco, excepto no jogo com o Marítimo.
Luis Filipe – ver o “talento” do jogador em questão ao vivo valeu bem os 5€…
Edcarlos – pareceu-me um pouco desconcentrado e teve uma falha clamorosa que podia ter dado golo
Luisão – exibição aceitável, mas pouco mais a acrescentar.
Nélson – ainda não podendo utilizar o romeno, a opção para substituir Leo recaiu mais uma vez em Nélson, e tendo em conta a pouca rotatividade naquela posição, pode-se dizer que cumpriu ou pelo menos tentou.
Katsouranis – regressou após castigo, não esteve muito activo, mas quase que marcava ao acertar na barra numa recarga.
Maxi – inicialmente ainda pensei que iria conseguir fazer uma boa exibição, após um bom remate defendido com muita dificuldade pelo guardião adversário para canto, mas depressa caiu de produção, desaparecendo mesmo, sendo substituído ao intervalo.
Nuno Assis – continua a ser um jogador que pauta as suas exibições numa clara falta de objectividade
Rui Costa – o melhor em campo. Bons passes, controlo de bola e vários lances de desequilíbrio.
Di Maria – mais alguns remates disparatados e demasiada imaginação que não consegue praticar em campo
Nuno Gomes – a nulidade a que nos habituou.
Freddy Adu – desta vez teve vários minutos, mas não conseguiu aproveitá-los, apesar de ter sido bastante interventivo.
Cardozo – entrou e marcou, e é isso que se lhe pede. Sendo assim, dever cumprido apesar de ter estado apagado no restante tempo

Camacho- disse que não gostou da exibição… se tivesse gostado é que eu estranhava. E parece que os jogadores não gostaram muito das críticas. Só demonstra que a falta de um homem forte no futebol faz mais do que falta. Os jogadores necessitam de um apoio dentro do clube que os incentive, ou alguém como foi o Álvaro Magalhães no tempo de Trapattoni, que dava um forte apoio moral ao grupo. Nota-se que a equipa não está tão próxima do treinador e vice-versa como foi da 1ª passagem do espanhol pelo clube.

Benfica 1-0 Feirense
Colocado por futebolportugues