terça-feira, outubro 30, 2007

Análise » Benfica – Marítimo (2-1)

Uma vitória neste jogo significava a subida ao 2º lugar. O início do jogo revelou logo cedo que a tarefa ia ser bem complicada, pois o Marítimo com uma equipa bem comandada e com jogadores de bom nível técnico, foram os primeiros a tomar conta do jogo. A defesa do Benfica ia demonstrando algumas dificuldades para parar a equipa da Madeira. A noite definitivamente não era a de Quim, interrompendo uma excelente continuidade de boas prestações tal como referi na minha última análise.
Numa má saída da baliza proporcionou ao avançado Kanu um chapéu perfeito, após uma hesitação fatal do guarda-redes português. Ainda não havia 10 minutos de jogo e já o Benfica perdia. As perspectivas não eram famosas, pois nesse período o Benfica ainda não tinha demonstrado nada. Mas o comando do jogo começou a ficar mais repartido e aos 16 minutos numa jogada de Rui Costa pelo lado esquerdo, o 10 cruza e o defesa Ricardo Esteves põe a mão na bola dentro de área. Penalty claríssimo para o Benfica, convertido com uma bomba de Óscar Cardozo. Conseguia-se ainda cedo anular a desvantagem. Mas praticamente à passagem da primeira meia hora de jogo num lance fortuito, após um remate de Makukula a bola num ressalto sobra para Kanu que se isola e é derrubado por Quim quando o tenta contornar, apesar de não ter tido a intenção de o fazer, é certo que o corpo acaba por derrubar o avançado do Marítimo. O guarda redes é expulso, penso que injustamente, pois penso que o indicado seria o amarelo. Com a possibilidade de ir novamente para a desvantagem no resultado e já com inferioridade numérica, a situação piorava novamente. O alemão Butt foi para a baliza, em detrimento da Edcarlos que vinha também a demonstrar pouca concentração. O alemão acaba por ser um elemento chave no jogo ao defender o penalty marcado por Makukula, mantendo-se assim o empate.
O jogo entrou após essa fase até ao intervalo numa toada mais calma, apesar do Benfica sentir algumas dificuldades para armar o seu jogo.
A 2ª parte trouxe um Benfica com muita garra, força e vontade de vencer. Um Benfica à semelhança de Camacho. Mesmo com uma unidade a menos, o Benfica foi sempre a equipa mais perigosa e que mais teve o domínio do jogo, com apenas 2 situações de perigo da equipa insular, um remate de Makukula perto do poste e outra defendida por Butt num remate já perto da sua baliza. Mas a equipa benfiquista é que assumiu o controlo do jogo na 2ª parte, criando várias situações de perigo, com Cristian Rodriguez mais uma vez a fazer uma excelente exibição. A inclusão de Luis Filipe ao intervalo em detrimento do apagado Di Maria também foi importante, pois pela primeira vez o ex-bracarense conseguiu ter uma prestação bem positiva, em particular na defesa conseguindo fechar aquele flanco. Foram se sucedendo as oportunidades, quer por Cardozo, Rodriguez, Kasouranis, Maxi… Por volta dos 80 minutos há um penalty claro sobre Leo, que fez um jogo perfeito, que o árbitro só não marcou porque não quis, já que o puxão na camisola é mais que evidente.
Até que mais uma vez aos 86 minutos, numa excelente jogada de Leo que faz a diagonal em direcção ao lado direito, em jogada individual finta o adversário indo à linha cruzar assistindo Freddy Adu para o golo da vitória. Mais uma vez o Norte-Americano, que tinha entrado não há muito tempo, volta a marcar um golo decisivo já no final da partida. Uma vitória suada mas inteiramente merecida pela garra e vontade de ganhar, apesar da inferioridade numérica.

Análise individual
Quim (4) – uma noite para esquecer. Após uma boa sequência de jogos a grande nível, ontem quebrou. Culpado no 1º golo, faz um penalty e ainda é expulso.
Maxi Pereira (7) – o uruguaio voltou a demonstrar que é útil onde o treinador precisar. Tanto à direita como no meio, apesar de ter subido de rendimento no meio do terreno, tentando mesmo o remate por 2 vezes.
Edcarlos (5) – estava a ter uma actuação muito abaixo do que lhe já vimos fazer até ao momento em que foi substituído, ao ser o preterido com a expulsão de Quim.
Luisão (7) - foi melhorando durante o jogo, estando mais perto do que é capaz. Precisa é de melhorar o posicionamento nas bolas paradas para tentar o golo.
Leo (8) – na minha opinião, o melhor em campo. Perfeito a defender e muito bem na ajuda ao ataque. Sofre um penalty não assinalado e faz a assistência para a vitória. Um jogador que já demonstrou o seu amor ao clube, afirmando que independentemente das propostas milionárias que possam vir a existir, o seu futuro é no Benfica.
Bynia (7) – com o que tem feito e principalmente pelo jogo de ontem, começa rapidamente a ganhar a alcunha de o “carroceiro da luz”… é um jogador com muita força e de muita qualidade. Sabe sair com a bola nos pés e é exímio no desarme e recuperações de bola. Não sabe é controlar a sua força desmedida e acaba por ter entradas demasiado violentas, colocando-se a si próprio à beira da explusão.
Katsouranis (7) – o grego esteve em melhor plano quando recuou para a defesa, já que no meio campo vinha a demonstrar um certo desnorte. Quase que marca num remate desviado por um defesa contrário.
Di Maria (5) – apenas veio a provar que ainda está muito fresco e inadaptado. Provou também que actualmente o seu lugar é no banco, entrando assim a meio da 2ª parte, quando as equipas já começam em declínio físico. Saiu ao intervalo com naturalidade.
Rui Costa (6) – algum excesso de individualismo, que já tinha patenteado no jogo com o Celtic. Ainda assim importante, sendo dele o cruzamento que originou o penalty e mais um par de passes e cruzamentos perigosos. Mas é natural as quebras de produção, num jogador que já não pode fazer 90 minutos 2 vezes por semana.
C.Rodriguez (8) – o uruguaio até agora tem demonstrado inequivocamente uma coisa: não sabe jogar mal. Tem uma qualidade futebolística acima da média. Ontem aguentou os 90 minutos sempre em alto rendimento, sendo o elemento capaz de furar a defesa contrária mais uma vez. Quase que marcava perto do final, mas mandou por cima.
Cardozo (7) – voltou a marcar, desta vez de penalty. Não fez um jogo brilhante ao nível do anterior na Liga dos Campeões. Esteve um pouco desamparado, mas lutou sempre, apesar de ter várias dificuldades em jogar de costas para a baliza. Ainda teve algumas oportunidades para marcar, mas rematou ao lado ou paras as mãos de Marco. Uma exibição sem brilho mas muito esforçada.
Butt (7) – elemento chave na vitória. Defende o penalty e uma defesa importante na 2ª parte. Mostrou segurança e qualidade.
Luis Filipe (7) – conseguiu estar a um nível bastante razoável, a anos luz do que tem feito e daí a nota um pouco mais alta, numa comparação a si mesmo e não aos colegas. Fechou o flanco muito bem defensivamente e ainda tive um ou 2 cruzamentos perigosos.
Freddy Adu (7) – marcou o 3º golo pelo clube e todos eles perto do final dos encontros e de grande importância, dando ontem os 3 pontos. Começa a tornar-se num grande caso de popularidade e a um nível do Mantorras no ano do último campeonato ganho pelo Benfica.

Camacho (8) – o treinador espanhol esteve perfeito. Obrigado a várias alterações tácticas durante o jogo, todas elas foram perfeitas. Conseguiu dar a força e animo à equipa na 2ª parte, pois quem não soubesse quase que nem percebia a inferioridade numérica da equipa. As suas apostas deram todas elas frutos. A aposta em Adu foi feita no momento certo e com a estrelinha de um campeão.


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