sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Análise » Dinamo Bucareste - Benfica (1-2)

A 2ª eliminatória contra a equipa romena após no 1º jogo da Luz o Benfica levar na bagagem uma vantagem de 1-0 (Miccoli), teve durante os 90 minutos fases distintas, mas após o final do jogo eram óbvias as diferenças de categoria das 2 equipas analisando o conjunto da eliminatória.
O tão anunciado "terramoto" inicial pelos romenos, onde iriam exercer uma grande pressão sobre o Benfica, foi inexistente nos primeiros 15 minutos. Se não tivesse havido tanta atrapalhação num lance na fase inicial do jogo, onde um mau atraso da defesa romena permitiu que o trio atacante Simão, Derlei e Miccoli tivessem uma situação de 3 para 1, mas acabaram por desperdiçar a mesma.
Depois houve um deserto de ideias, onde a equipa do Benfica não conseguia fazer 2 passes acertados seguidos e insistindo no pontapé para a frente. Talvez pelo desacerto benfiquista a equipa romena começou a crescer em produção e exerceu uma maior pressão na defesa encarnada, ganhando alguns cantos e aos 23 minutos o veterano internacional Monteanu inaugurou o marcador, igualando a eliminatória. Até aos 40 minutos houve um período de péssimo futebol de ambas as partes, mas principalmente do Benfica onde a maior qualidade técnica dos seus jogadores exigia bastante mais.
De bolas parada, o Benfica criou 3 oportunidades flagrantes nos últimos minutos da 1ª parte, e foi apenas o início de um domínio que durou o restante jogo.
Logo no reatamento do jogo o Benfica deu continuidade ao bom final de 1ª parte e começou a jogar apenas no meio-campo adversário e logo nos minutos inicias(50´), mais uma vez de bola parada acabou mesmo por marcar num canto de Simão, onde o central Anderson antecipando-se à defesa empatou o jogo e dando uma confortável eliminatória à equipa. O ataque à baliza romena continuou quer em contra-ataque, quer por bolas paradas ou em ataque organizado e aos 64´ em mais um canto marcado por Simão mas do lado contrário, Katsouranis aparecendo muito bem ao 1º poste de cabeça, colocou o Benfica em vantagem.
Daí até ao final do jogo, a equipa do Benfica controlou o jogo tendo mais algumas oportunidades para ampliar o resultado com Simão e Miccoli em destaque.
Uma eliminatória facilmente ultrapassada perante uma equipa de qualidade evidentemente inferior, que não se tornou mais fácil pelas enumeras oportunidades falhadas no jogo da Luz e que poderiam ter dado uma mais confortável vantagem e porventura uma melhor gestão do plantel.



Análise individual:
Quim - um jogo onde veio mais uma vez confirmar o bom momento de forma do guarda-redes e que tem transmitido confiança à defesa. No golo não teve qualquer hipóteses já que o jogador romeno aparece-lhe pela frente sem qualquer marcação. Esteve bem nos cruzamentos, socando quando era necessário e seguro quando agarrou a bola.
Nélson - continua a patentear a mesma falta de forma e a tendência para cair na asneira invariavelmente. Mal a defender, desastroso no passe e inconsequente no ataque. Já era altura de dar oportunidade ao jovem Pedro Correia num jogo menos complicado como por ex. na 2ª feira frente ao Paços.
Anderson - começa novamente a fazer uma dupla segura com o compatriota e colega da defesa. Concentrado e muito bem ajudando nos lances de bola paradas, tendo mesmo marcado o 1º golo da equipa encarnado pelo bom jogo aéreo que possui.
Luisão - está num excelente momento de forma, e ainda bem porque a ele muito tem q agradecer o lateral Nélson, pois o gigante brasileiro aparece inúmeras vezes a dobrar o companheiro. Irrepreensível no jogo aéreo defensivamente e quase que marcava tal como no jogo contra o Nacional num canto onde apareceu livre de marcação mas cabeceando para fora.
Leo - tal como a equipa esteve algo que apagado na 1ª fase do jogo e menos afoito do que é habitual, talvez também porque o companheiro de flanco Simão estivesse longe daquela posição que ocupa regularmente com quem tem evidenciado um excelente entendimento. Esteve melhor na 2ª parte onde já subiu mais vezes, consequentemente também pelo regresso do capitão à posição regular. Fiquei com a impressão que é ele que deixa escapar Monteanu no lance do golo apesar da posição do romeno ser muito duvidosa.
Petit - outro jogador que está numa forma tremenda e um dos poucos que esteve em melhor plano na paupérrima 1º parte do encontro. Sempre impecável nas dobras e recuperações de bola e sempre que podia ajudava na construção do jogo. Na 2ª parte teve um bom apontamento rematando pouco ao lado num remate de longe.
Katsouranis - evidencia dificuldades físicas impressionantes. Basta reparar as inúmeras vezes que tentou fazer cortes sem sucesso. Denota um cansaço gradual, mas a sua categoria e tendência para marcar golos mais uma vez estiveram presentes no jogo de Bucareste. Já tinha ameaçado antes do final da 1ª parte num canto marcado por Miccoli onde o guarda-redes Labont conseguiu suster um remate seu de cabeça ao 1º poste, mas na 2ª parte mais uma vez de canto e num golpe de cabeça ao 1º poste conseguiu mesmo coloca a equipa em vantagem no marcador.
Karagounis - a sua discreta e até mesmo fraca 1ª parte deve-se sobretudo, inexplicavelmente à sua colocação no terreno no flanco esquerdo orquestrada por Fernando Santos. O grego é um jogador que gosta de construir e ter a bola no pé, coisa que principalmente no flanco esquerdo evidencia muitas dificuldades e não por culpa sua, pois é um jogador que pelas suas características é claramente do centro do terreno e quanto muito descaído para o flanco direito. Na 2ª parte quando trocou a posição com Simão, as melhorias foram assinaláveis.
Simão - mais uma boa exibição do capitão que não sabe jogar mal. Se tivesse marcado na excelente oportunidade que teve na 2ª parte a passe de Derlei, teria ficado com uma nota ainda mais positiva, para completar as 2 assistências de golo que teve nas marcações dos cantos.
Miccoli - não foi o matador dos últimos jogos mas revelou que tem uma capacidade técnica acima da média e quase que marca um golo fenomenal na 2ª parte num chapéu que seria perfeito quando se esperava uma cruzamento para Simão que aparecia num 2º poste.
Derlei - a melhor exibição que fez no Benfica. É certo que ñ deslumbrou nem consegui atingir o patamar que se pretende dele e também porque é golos que se espera do brasileiro. Mas teve um papel importante a defender, acompanhou sempre muito bem as subidas dos laterais e foi responsável mesmo por algumas recuperações de bola perigosas para os romenos. Está ainda um bocado trapalhão mas está a subir de rendimento e fisicamente.
Nuno Gomes - entrou para o lugar de Miccoli(76´) para dar descanso ao italiano e foi a única coisa que acabou mesmo por fazer...
Paulo Jorge - entrou para o lugar de Derlei(86´) numa fase em que estava tudo resolvido e teve poucos minutos e bola para poder mostrar como está fisicamente e se está a subir de forma.
Beto - Entrou para queimar tempo(89´) e nem me recordo se tocou na bola

Fernando Santos - culpado obviamente pelos péssimos primeiros 40 minutos da equipa por, segundo o meu ponto de vista, por um equívoco táctico ou colocar Karagounis no lado esquerdo e Simão a 10. Que o Simão consiga fazer de nº 10 muito bem é compreensível, mas o grego obviamente não tem características para ser o jogador do losango a descair no flanco esquerdo. Após ter demorado 45 minutos a perceber o erro, iniciou a 2ª parte com a troca de posições entre estes 2 jogadores e a subida de produção da equipa foi evidente. Continua a dar-me cabo dos nervos com as sucessivas tardias substituições quando tem o jogo controlado e com jogadores como Katsouranis a precisar de descanso. Jogadores como o Paulo Jorge, ñ podem jogar apenas 7 / 8 minutos por jogo para voltarem a adquirir o ritmo necessário. De bom sobre ele pode-se dizer que tem conseguido construir uma boa estrutura defensiva na equipa.
Agora virá o PSG de Pauleta, e à 1ª vista é um adversário ideal, pelo que se especula já o Benfica poderá "jogar em casa" em ambos os jogos, visto que o Parque dos Príncipes provavelmente irá ser novamente dos portugueses como já aconteceu anteriormente. Boa sorte Benfica, a luz da final já se deslumbra ao longe.